Nintendo Switch 2 limita uso de cartões comuns — entenda a polêmica

Armazenamento interno: avanço com ressalvas

O Nintendo Switch 2 foi oficialmente revelado e, como acontece com qualquer novidade no universo gamer, o lançamento atraiu elogios e críticas. Embora traga avanços consideráveis, principalmente em termos de armazenamento e desempenho gráfico, alguns pontos têm causado dúvidas e questionamentos por parte dos consumidores mais atentos.

Armazenamento interno: avanço com ressalvas

Então,  um dos pontos mais comentados é a presença de 256 GB de armazenamento interno. Essa mudança representa um salto em comparação ao primeiro modelo do console, que oferecia apenas 32 GB. A diferença é significativa, mas ainda assim pode não ser suficiente.

Os jogos atuais ocupam cada vez mais espaço, principalmente os títulos de terceira geração e multiplataforma. Com isso, mesmo com os 256 GB disponíveis, é provável que usuários mais ativos tenham que buscar soluções complementares para armazenar seus games.

Cartões microSD Express: uma nova exigência

O Nintendo Switch 2 surpreende ao limitar o suporte a apenas um tipo de cartão de memória: o microSD Express. Essa exigência vem acompanhada de uma justificativa técnica. A velocidade de leitura e gravação desses cartões está em outro nível quando comparada com os modelos tradicionais.

Segundo especificações da SD Association, o microSD Express pode atingir taxas de até 600 MB/s, dependendo da sua classe. Para manter a performance dos jogos compatível com o desempenho interno do console, a Nintendo decidiu adotar esse padrão mais avançado. O problema? O custo. Cartões desse tipo são mais caros e difíceis de encontrar, especialmente no Brasil.

Ainda que o Nintendo Switch 2 venha com mais espaço, muitos jogos modernos requerem downloads adicionais, mesmo que comprados em mídia física. Isso significa que o consumidor, querendo ou não, precisará investir em mais espaço de armazenamento em algum momento. O uso de cartões microSD Express evita gargalos de performance, o que é essencial para rodar os games com fluidez.

No entanto, há um detalhe que preocupa: o preço elevado dos cartões compatíveis. Em muitos casos, o valor de um cartão microSD Express de 1 TB pode superar o preço de um jogo novo. I

Compatibilidade e desempenho

A boa notícia é que a Nintendo não impôs uma classe mínima obrigatória de cartão Express. Logo, modelos com menor taxa de leitura, como a classe 150 (150 MB/s), ainda devem funcionar normalmente no Nintendo Switch 2. Para usuários que não pretendem rodar jogos extremamente pesados diretamente do cartão, essa pode ser uma alternativa viável.

Contudo, os microSD convencionais ficaram de fora. O novo console simplesmente não os reconhece como opção viável de expansão. A justificativa técnica até faz sentido, mas gera insatisfação entre usuários acostumados com a liberdade da geração anterior.

O custo por gigabyte nos cartões microSD Express é consideravelmente maior do que em modelos UHS-I. Em alguns casos, a diferença de preço pode chegar a 200% entre versões de mesma capacidade. 

A compra do console já envolve um investimento relevante. Ao somar o valor de um cartão de memória compatível, o custo final pode afastar uma parte significativa do público. Mesmo assim, para os mais exigentes em performance, esse acréscimo será praticamente inevitável.

O dilema entre físico e digital

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Uma solução poderia estar nos jogos em mídia física, que ocupam menos espaço de armazenamento interno. No entanto, isso não resolve totalmente a questão. Muitos títulos exigem downloads complementares, mesmo com o cartão do jogo em mãos. Assim, o Nintendo Switch 2 ainda depende fortemente de memória expansível — e de qualidade.

Essa estratégia, na prática, desloca o problema de um lado para o outro. A ideia parece ser evitar que a Nintendo precise fabricar mídias físicas com maior capacidade, o que elevaria o custo de produção dos jogos. Por outro lado, transfere ao consumidor a responsabilidade de arcar com os acessórios necessários.

O novo modelo tem tudo para repetir o sucesso do seu antecessor, mas essa transição tecnológica precisará ser melhor compreendida e assimilada pelos usuários. A escolha dos microSD Express como única forma de expansão será, sem dúvida, um dos pontos mais discutidos na vida útil do Nintendo Switch 2.